Além das preocupações com a sustentabilidade, o setor de construção civil assume um importante papel social, ao se dedicar, também, à questão da acessibilidade.
Engenheiros, arquitetos e construtores precisam garantir que um ambiente seja acessível a todos. Isso inclui cadeirantes, deficientes auditivos e visuais, pessoas com mobilidade reduzida, idosos, obesos e até mesmo quem transita com crianças e carrinhos de bebê.
Vamos discorrer um pouco mais sobre o importante papel da construção civil em relação à acessibilidade.
A importância de se construírem prédios acessíveis
No censo de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que mais de 45 milhões de pessoas declararam algum tipo de deficiência, o que corresponde a cerca de 23% da população do país.
Assim como os demais, essas pessoas têm o mesmo direito de ir e vir. Em nome da inclusão social, a circulação pelos espaços públicos e pelos condomínios residenciais e comerciais deve ser acessível a todos.
A acessibilidade é um direito garantido pela Lei 13146, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, sancionada em julho de 2015.
Os parâmetros para a acessibilidade em espaços públicos são determinados pela norma técnica NBR 9050.
As instalações e equipamentos de um edifício acessível
Em 1963, surgiu nos Estados Unidos da América a ideia do desenho universal, visando o respeito às diferenças e a eliminação de barreiras para que todos circulem igualmente pelo mesmo ambiente.
Isso vai além da instalação de rampas com piso tátil. Veja outras características de edifícios acessíveis:
Condomínio residencial
- Passagens acessíveis ligando o prédio à rua.
- Rampas ou equipamentos adequados aos desníveis.
- Áreas comuns com circulação de acordo com as dimensões da norma.
- Espaço na garagem reservado a moradores e visitantes com mobilidade reduzida.
- Elevadores em prédios de mais de cinco andares, com porta e cabine acessíveis.
Edifícios públicos
- Entradas acessíveis e rotas interligando as principais áreas do prédio.
- Percurso acessível entre o estacionamento e a entrada principal.
- Vagas reservadas no estacionamento, próximas aos locais de acesso ao prédio.
- Banheiros e vestiários adaptados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Escolas e salas de espetáculo
- 2% do total dos assentos reservados a cadeirantes e deficientes visuais e auditivos.
- Poltronas para obesos com o dobro da dimensão de uma poltrona comum.
- Localização perto de uma rota de fuga e ao lado de um assento para acompanhante.
- Assentos especiais localizados em piso plano.
O custo-benefício da acessibilidade
Além de atender à lei e ao papel social da construção civil, investir em um prédio acessível significa maior valor agregado ao empreendimento. O investimento adicional é relativamente pequeno, se comparado à valorização da construção.
O custo será bem menor se a acessibilidade já for levada em conta desde a etapa do planejamento. Para adaptar um edifício já construído, o investimento necessário será mais alto.
De acordo com o engenheiro Sérgio Yamawaki, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CRA-PR), um imóvel acessível pode ter valorização de cerca de 15%, o que é bastante compensador, em vista da pequena variação no custo da obra.
Então, a acessibilidade na construção civil é importante não só para cumprir a lei e garantir a inclusão social, mas também significa um bom negócio para a construtora.
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